7 de abril de 2021 Por Lana 0

CICLO MENSTRUAL CURTO INDICA ALGUM PROBLEMA DE SAÚDE? GINECOLOGISTA TRAZ RESPOSTAS PARA ESSA DÚVIDA

O ciclo menstrual curto tem duração inferior a 22 dias e, em alguns casos, pode indicar problemas de saúde. É importante observar as características do padrão menstrual da mulher, como duração e intensidade do fluxo, para entender se o ciclo menstrual curto é sintoma de complicações mais sérias ou simplesmente um comportamento natural do organismo. Algumas mulheres podem menstruar duas vezes ao mês sem que haja nenhum tipo de patologia. Por outro lado, se o ciclo menstrual de 21 dias ou menos for um episódio recente e fora do habitual, recomenda-se uma avaliação médica. O quadro pode indicar distúrbios hormonais, alterações na tireoide e outros transtornos, como estresse.

Conversamos com a ginecologista Livia Migowski para entender melhor o que constitui um ciclo menstrual curto e quais as justificativas mais comuns para a condição, que nem sempre é um problema.

O ciclo menstrual superior a 22 dias ainda é considerado normal
 

Afinal, como saber a duração do ciclo menstrual? Segundo a doutora Livia, “o ciclo menstrual começa a ser contado no primeiro dia da menstruação”. Ou seja, a cada menstruação, um novo ciclo se inicia. “O ciclo menstrual pode ser mais curto, durando 22 dias, ou longo, com 35 dias. Essa variação se dá pelo tempo gasto até o ovário preparar o óvulo. O ovário pode preparar rapidamente o óvulo (7 dias) ou pode levar até 21 dias para prepará-lo”, explica a médica.

“O mais frequente é o ciclo menstrual durar entre 26 a 30 dias, mas até 22 dias é considerado normal. Portanto, é possível que uma mulher menstrue duas vezes por mês (no início e no final) sem isso ser considerado patológico”, acrescenta a profissional. Dito isto, o ciclo menstrual é classificado como curto quando tem duração inferior a 22 dias.

Ciclo menstrual curto pode ser indicativo de alterações hormonais, distúrbios uterinos e mais

De acordo com a especialista, em alguns casos, o ciclo menstrual curto pode ser sinal de falha na ovulação e outros problemas de saúde. “Em uma mulher que não está usando hormônio (pílula, DIU hormonal etc), quem dita a regularidade do ciclo, ou seja, quando a menstruação irá descer novamente, é o corpo lúteo (formado logo após a ovulação)”, aponta. Para quem não sabe, o corpo lúteo se forma a partir do rompimento do folículo, responsável por expor o óvulo maduro durante a fase ovulatória. Tendo isso em vista, de acordo com a doutora Livia, “um ciclo curto pode denotar uma falha na ovulação”.

Além disso, o quadro também pode ser indicativo de alguma patologia que faça a mulher sangrar no meio do ciclo, como pólipos uterinos ou infecções no sistema reprodutivo feminino, por exemplo. “Mulheres que têm pólipos ou miomas podem ficar com ciclos curtos, pois essas patologias levam ao sangramento aumentado e em períodos não esperados (o que pode ser confundido com a menstruação)”, esclarece a médica. “O desequilíbrio hormonal também é outra causa para ciclos curtos. Qualquer alteração hormonal, seja por uso de hormônios, estresse, aumento da prolactina, alterações na tireoide e no cérebro, podem provocar a falha na ovulação e, consequentemente, alterar a duração dos ciclos menstruais”, finaliza. 


Ciclo menstrual curto: o que fazer para normalizar?

Ter um intervalo de tempo muito curto entre uma menstruação e outra pode trazer alguns malefícios à saúde da mulher. Como, por exemplo, dificuldade para engravidar, anemia (devido à perda maior de ferro através do sangue menstrual) e até mesmo ansiedade. Sendo assim, em algumas circunstâncias, pode ser necessário recorrer a tratamentos direcionados para normalizar o ciclo menstrual. “Normalmente, os ciclos se ajustam sozinhos, após investigação e correção da causa dessa alteração (diminuição do estresse, emagrecimento, tratamentos dos distúrbios da tireoide, etc)”, indica a ginecologista.

Outra alternativa é aderir ao uso da pílula anticoncepcional combinada, que pode regularizar o ciclo menstrual por meio dos hormônios progesterona e estrogênio (presentes em sua composição). De qualquer forma, o primeiro passo é agendar uma consulta com um(a) ginecologista para investigar isoladamente o caso e, a partir disto, seguir com o tratamento adequado.

Este artigo tem a contribuição do especialista:

Dra. Livia Migowski, ginecologista e obstetra da Perinatal

CRM: 52.90682-4

Matéria atualizada em: 12 de maio de 2020